Em sua humildade.
Nela podemos voltar a viver
O que vivido já foi.
São as imagens de um tempo
Que não volta mais.
E em nós presente está.
Sua singularidade espanta-me,
Capaz é de reter os sentimentos,
A jovialidade, a ambição, a vida...
Olho para ela e recordo-me.
Volto a ser o que nela fui.
É uma imagem. Não!
É um pedaço de mim.
Por vezes vontade tenho de a rasgar,
Mas apesar de ter criado dissabores,
Vou continuar a preservar.
Não consegue reter passados odores,
Mas dá-me a essência da vida
Num momento parado no tempo.
São estes os momentos em que
Alguém me irá recordar.
É esta a forma de preservar algo
Da nossa vida para além da nossa morte.
Recorda-me. Em teus cristais o mundo está.
Recorda-nos o mal feito por ancestrais guerras,
O bem feito por imaculados seres.
Eu irei. E tu ficarás. Mostrar-me-ás ao mundo.
Mas só nós dois saberemos o que fui.
Não mostrarás mais do que imagem
A desconhecidos meus,
Mas aos meus dar-lhe-ás um bocadinho meu.
em 1999/05/25
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